Plasmocitoma solitário ósseo em região cranioencefálica occipital. Revisão e relato
DOI:
https://doi.org/10.22290/jbnc.v32i4.1994Palavras-chave:
Plasmocitoma solitário ósseo, Região cranioencefálica occipital, Mieloma múltiplo, MicrocirurgiaResumo
Introdução: Plasmocitomas solitários (PS) são tumores sólidos, originados da proliferação local de linfócitos B maduros, que adquirem um padrão de multiplicação monoclonal e desordenado, correspondendo a 5% de todos os tumores de células plasmáticas. Quando não há evidência de discrasia plasmocitária em outros locais do corpo, o crânio e o sistema nervoso central são raramente afetados de maneira isolada por esse tipo de tumor, dificultando a realização de seu diagnóstico, sendo apenas definitivo através de exames imuno-histoquímicos e histopatológicos. Objetivo: O presente relato teve como objetivo reportar um caso raro de PS ósseo (PSO) em região cranioencefálica occipital, de importante significância clínica frente à escassez de relatos semelhantes existentes na literatura nacional e mundial. Resultados: Paciente de 78 anos encaminhado ao Hospital devido a abaulamento de crescimento progressivo em região occipital, mas consciente, orientado e sem déficits neurológicos focais. A tomografia computadorizada (TC) e angio-TC de crânio evidenciaram lesão expansiva sólida extra-axial com destruição óssea da calvária occipitoparietal. Foi realizada ressecção subtotal da lesão, tendo sido observada marcação para CD138, antígeno de plasmócitos MI15 (+), cadeia leve de imunoglobulina Kappa 18B5 (+), Lambda (-) e S-100 (-), confirmando o diagnóstico de PSO em região cranioencefálica occipital. O paciente obteve recuperação completa e, após um ano, evoluiu a óbito devido a complicações cardiovasculares. Conclusões: PSO é uma discrasia de células plasmáticas rara, mais comum em homens acima de 40 anos. A excisão cirúrgica do tumor faz parte de uma excelente medida primária. Portanto, conhecer aspectos clínicos garante o sucesso diagnóstico, visto a real probabilidade de evolução para mieloma múltiplo ou metástases.
Downloads
Referências
Lúcio PSC, Peixoto TS, Nonaka CFW, Alves PM, Godoy GP. Plasmocitoma solitário do osso: relato e discussão de um caso de acometimento incomum. Rev. Assoc Paul Cir Dent. 2015;69(2):164-8.
Liebross RH, Ha CS, Cox JD, Weber D, Delasalle K, Alexanian R. Clinical course of solitary extramedullary plasmacytoma. Radiother Oncol. 1999;52:245-9. doi: 10.1016/s0167-8140(99)00114-0.
Ozsahin M, Tsang RW, Poortmans P, et al. Outcomes and patterns of failure in solitary plasmacytoma: a multicenter Rare Cancer Network study of 258 patients. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2006;64(1):210-7. doi: 10.1016/j.ijrobp.2005.06.039.
Du Preez JH, Branca EP. Plasmacytoma of the skull. Neurosurgery. 1991;29(6): 902-6. doi: 10.1097/00006123-199112000-00017.
Provenzale JM, Schaefer P, Traweek ST, et al. Craniocerebral plasmacytoma: MR features. AJNR Am J Neuroradiol. 1997;18(2):389-92.
Soutar R, Lucraft H, Jackson G, et al. Guidelines on the diagnosis and management of solitary plasmacytoma of bone and solitary extramedullary plasmacytoma. Clin Oncol (R Coll Radiol). 2004;16(6):405-13. doi: 10.1016/j.clon.2004.02.007.
Thumallapally N, Meshref A, Mousa M, Terjanian T. Solitary plasmacytoma: population-based analysis of survival trends and effect of various treatment modalities in the USA. BMC Cancer. 2017;17(1):13. doi: 10.1186/s12885-016-3015-5.
Kilciksiz S, Karakoyun-Celik O, Agaoglu FY, Haydaroglu A. A review for solitary plasmacytoma of bone and extramedullary plasmacytoma. ScientificWorldJournal. 2012;2012:895765. doi: 10.1100/2012/895765.
Ozdemir R, Kayiran O, Oruc M, Karaaslan O, Koçer U, Ogun D. Plasmacytoma of the hard palate. J Craniofac Surg. 2005;16(1):164-9. doi: 10.1097/00001665-200501000-00034.
Krumholz A, Weiss HD, Jiji VH, Bakal D, Kirsh MB. Solitary intracranial plasmacytoma: Two patients with extended follow‐up. Ann Neurol. 1982;11(5):529-32. doi: 10.1002/ana.410110514.
Bataille R, Sany J. Solitary myeloma: clinical and prognostic features of a review of 114 cases. Cancer. 1981;48(3):845-51. doi: 10.1002/1097 0142(19810801)48:3<845::aid-cncr2820480330>3.0.co;2-e.
Azarpira N, Noshadi P, Pakbaz S, Torabineghad S, Rakei M, Safai A. Dural plasmacytoma mimicking meningioma. Turk Neurosurg. 2014;24(3):403-5. doi: 10.5137/1019-5149.JTN.5735-12.1.
Hasturk AE, Basmaci M, Erten F, Cesur N, Yilmaz ER, Kertmen H. Solitary dural plasmacytoma mimicking meningioma and invading calvarium. J Craniofac Surg. 2013;24(2):e175-7. doi:10.1097/SCS.0b013e31827c85ba.
Sahin F, Saydam G, Ertan Y, Calli C, Dönmez A, Tombuloglu.Dural plasmacytoma mimicking meningioma in a patient with multiple myeloma. J Clin Neurosci. 2006;13(2):259-61. doi: 10.1016/j.jocn.2005.03.033.
Caers J, Paiva B, Zamagni E, et al. Diagnosis, treatment, and response assessment in solitary plasmacytoma: updated recommendations from a European Expert Panel. J Hematol Oncol; 2018;11(1):10. doi: 10.1186/s13045-017-0549-1.
Anil S. Solitary plasmacytoma of the maxilla - a case report and review of the literature. Gen Dent. 2007;55(1):39-43.
Dimopoulos MA, Moulopoulos LA, Maniatis A, Alexanian R. Solitary plasmacytoma of bone and asymptomatic multiple myeloma. Blood. 2000;96(6):2037-44.
Bertanha F, Boufelli G, De Camargo OP, et al. Oncologic progression of bone plasmacytomas to multiple myeloma. Clinics (Sao Paulo). 2006;61(2):139-46. doi: 10.1590/s1807-59322006000200009.
Cardoso I, Secioso P, Moreira M. Plasmocitoma solitário ósseo. Relato de caso. Rev Bras Clin Med. 2010;8(2):183-6.
Dores GM, Landgren O, McGlynn KA, Curtis RE, Linet MS, Devesa SS. Plasmacytoma of bone, extramedullary plasmacytoma, and multiple myeloma: incidence and survival in the United States, 1992- 2004. Br J Haematol. 2009;144(1):86-94. doi: 10.1111/j.1365- 2141.2008.07421.x.
Jawad MU, Scully SP. Skeletal Plasmacytoma: progression of disease and impact of local treatment; an analysis of SEER database. J Hematol Oncol. 2009;2:41. doi: 10.1186/1756-8722-2-41.
Amantéa AV, Damasceno R, Neto AR, Stávale JN. Plasmocitoma de crânio: Relato de caso e revisão da literatura. jbnc [Internet]. 9o de janeiro de 2018 [citado 7o de novembro de 2021];10(2):80-83. Disponível em: https://jbnc.emnuvens.com.br/jbnc/article/view/329.
Frassica DA, Frassica FJ, Schray MF, Sim FH, Kyle RA. Solitary plasmacytoma of bone: Mayo Clinic experience. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 1989;16(1):43-8. doi: 10.1016/0360-3016(89)90008-4.
Rajkumar SV, Dispenzieri A, Kyle RA. Monoclonal gammopathy of undetermined significance, Waldenstrom macroglobulinemia, AL amyloidosis, and related plasma cell disorders: diagnosis and treatment. Mayo Clin Proc. 2006;81(5):693-703. doi: 10.4065/81.5.693.
Liebross RH, Ha CS, Cox JD, Weber D, Delasalle K, Alexanian R. Solitary bone plasmacytoma: outcome and prognostic factors following radiotherapy. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 1998;41(5):1063-7. doi: 10.1016/s0360-3016(98)00186-2.
Galieni P, Cavo M, Pulsoni A, et al. Clinical outcome of extramedullary plasmacytoma. Haematologia. 2000;85(1): 47-51.
Kilciksiz S, Celik OK, Pak Y, et al. Clinical and prognostic features of plasmacytomas: a multicenter study of Turkish Oncology Group-Sarcoma Working Party. Am J Hematol. 2008;83(9):702-7. doi: 10.1002/ajh.21211.
Knobel D, Zouhair A, Tsang RW, et al. Prognostic factors in solitary plasmacytoma of the bone: a multicenter Rare Cancer Network study. BMC Cancer. 2006;6:118. doi: 10.1186/1471-2407-6-118.
Peker BC, Ataizi ZS, Ozbek Z. Solitary Plasmacytoma of the Frontal Bone. J Korean Neurosurg Soc. 2021;64(2):316. doi: 10.3340/ jkns.2015.0105.001.
Lombardo EM, Maito FLDM, Heitz C. Solitary plasmacytoma of the jaws: therapeutical considerations and prognosis based on a case reports systematic survey. Braz J Otorhinolaryngol. 2018;84(6):790-798. doi: 10.1016/j.bjorl.2018.05.002.